Ver e viver arquitetura

Viagem a São paulo

Novembro 2009

Viver e vivenciar


Essa viagem técnica me ensinou mais; a perceber, ouvir, ver e sentir a arquitetura. Pode parecer muito romântico a primeira impressão, mas acredito que se trata apenas de uma questão de sensibilidade. Só assim é possível vivenciar verdadeiramente, e finalmente, entender a genialidade de alguns e o humor de outros.
Uma cidade como São Paulo exige muito do olhar, uma grande quantidade de informação confunde o observador e endurece o morador.
Estar em lugares que marcaram a história do país, ou que representam grande relevância para arquitetura, às vezes mundialmente, exige do aluno perspicácia, por isso essa sensibilidade é essencial, estar apenas ciente da teoria nunca vai dizer a grandeza e poesia de estar em baixo do vão do MASP.
Passamos a todo o momento, compulsivamente, tirando fotos na tentativa de congelar aquele momento, para posteriormente podermos compartilhar, (até mesmo mandando mensagens pelo celular na tentativa frustrada de compartilhar aquela perspectiva e suas sensações) ou até mesmo só rever depois. No entanto a foto não se comparar ao olhar, pode até mesmo capturar a imagem exata do que se está visualizando, mas não se compara ao olhar que está dominado por outras motivações sensoriais que acrescentam no julgamento da imagem.
A partir desse raciocínio podemos defender o croqui, ele perde na tentativa de se aproximar do real, mas é exatamente nesse aspecto que ele se torna mais interessante, no momento da execução, o desenho também tem a influência dos outros sentidos e se transformam em estímulos nervosos que refletem no traço, então se conclui que o desenho é a tentativa de congelar a emoção, mas nela falta a realidade da imagem.
Então ver é diferente de vivenciar o espaço?
Uma viagem como essa é mais que exploração da teoria, é descobrir o que se realmente pensa no espaço, e muitas vezes é o clichê que todos enxergam, outras o surpreendentes que pode até mudar o (pré)conceito existente no local.
Na tentativa de desenvolver a critica, acabamos por ceder ao desejo provocado pelas sensações de estar no local, vivendo a beleza da edificação e também o comportamento humano que a transforma completamente.
Digamos que essas letras também não serão o suficiente para explicar, ou descrever a vivência do espaço e suas sensações de sentir o espaço como arquitetura.
Enfim...
Não sei mais o que estou dizendo, vamos permear pela memória e reinventar o espaço e suas sensações.


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O roteiro

Seguiremos o roteiro, falaremos mais de um, menos de outros, enfim, um texto que demonstraria o caminhar do olhar no período.




1º dia


Chegada antecipada, uma viagem complicada e desconfortável. Um bom café da manhã para acordar, o olhar tem que estar preparado...
Primeira parada


            - SESC – Pompéia


            - FAU – USP


            - Feira do Livro


A primeira noite na cidade, e a necessidade de conhecê-la também.
Estar no centro dá e não muitas oportunidades, permear em ruas famosas e consagradas por músicos e poetas causa realmente emoção?
Hoje causa medo, andar por uma cidade tão dinâmica, que quando escurece mostra uma face triste de renegados pela sociedade seres humanos largados em praças, extasiados por drogas, derrubados pela dificuldade da vida.
Ver essa situação causa um embrulho no estomago, e amplifica a sensação de impotência nas mãos.
Resta-nos apenas fingir não se deixar abater entrar num seguro bar onde a cerveja é cara e gelada para podermos conversar sobre as delicias da vida.


2º dia


            - Residência do arquiteto


            - Parque modernista


Almoço na liberdade, lá a sensação de se entrar em um portal para outro lugar, onde as pessoas se comportam diferentemente.
Uma cultura totalmente estrangeira, viva, e adaptada a grande metrópole do Brasil.


            - Centro Cultural São Paulo


3º dia


            - Sala São Paulo


Todo o contraste existente dentro da estação Julio Prestes também é perceptível do lado de fora. O luxo e a pompa do de um centro cultural frequentado pelas classes mais abastadas, que se fecham para a cidade, esquecendo ali cresce uma população que frequenta o descaso e a falta de perspectiva de qualquer futuro.
É verdade que a autoridade administrativa tem feito intervenções para transformar a cidade de São Paulo em um pólo cultural no país, de maneira justa ou não.
Tem promovido a revitalização do centro, colocando a baixo patrimônio para reconstruir uma São Paulo que exale cultura, mas não a cultura rica e ampla que é brasileira, mas uma cultura mundana, que poderia estar em qualquer lugar.
Mas é essa a cara de São Paulo?
Não queremos que a cidade precursora no interior do País conte nossa história?
E se pra construir complexos culturais for preciso desabrigar e marginalizar mais ainda a sociedade, negar ainda mais a cidade e sua relevância na transformação cultural, então não se estará construindo, e sim destruindo o país.


            - Parque da juventude


            - Teatro oficina - Espetáculo: Cacilda!


4º dia


Andar pelo centro de São Paulo é um desafio quando o intuito é observar a alta arquitetura. Todos agarrados as bolsas blocos de anotação e câmeras fotográficas.


            - Edifício Copan


            - Sede do IAB-SP


Na continuação do trajeto no centro temos apenas uma certeza de quão diversa é o centro dessa cidade, podemos elencar inúmeros monumentos que deviam ser citados, como prédios residenciais, institucionais e até comerciais, hoje sucateados ou não, mas que é sim um marco na evolução da arquitetura no país.
De ecléticos a modernos permeamos por uma seqüência de obras que se perdem na selva de concreto que se tornou o centro tão diverso, não se esquecendo também da presença humana que chama mais atenção, pessoas do País inteiro, do mundo, ali no mesmo espaço, modificando a paisagem, seja em quantidade ou na sua atividade.


            - Praça do Patriarca


Almoçar no mercado de São Paulo é provar do aroma de uma gama gigante de especiarias ao mesmo tempo. É provar o gosto do concreto e do ferro que compõe um conjunto arquitetônico de belíssima impressão e magnitude.
Ah! O bacalhau e a mortadela... (deu até fome)


            - Conjunto nacional


5º dia


Enfim a Avenida Paulista vindo da consolação para nossa primeira parada observamos uma grandes arquitetos renomados competindo pela exuberância e as vezes extravagância do projeto. Mas é uma perspectiva que chama a atenção, dois gigantes, o vão do MASP (Lina Bo Bard) enquadrando o edifício da FIESP (Rino Levi)


            - MASP


            - MuBE


            - Galeria Leme


            - Casa Paulo Mendes 


            - FAU – USP (rua maranhão)


6º dia 


- Praça Victor Civita


            - Ibirapuera


            - 8º BIA


            - Debate: Patrimônio e Espaços Urbanos – Jacques Herzog

7º dia
            - Palestra Herzog (escola de dança) FAU-USP


Definitivamente um dia de chuva, que transforma a cidade em um caos maior ainda, mas deixa a cidade mais graciosa, pois o cinza das nuvens compõe lindamente a malha de concreto espalhada por todo lado.


            - Edifício Harmonia, Typique


            - Pinacoteca do Estado

Depois de um congestionamento de duas horas, evento que também é patrimônio da cidade, a despedida e nada melhor que uma boa cerveja na vila madalena.

SESC - Pompéia







A fábrica de tambor dos Irmãos Mauser seria o cenário da nova instalação do SESC. Convidada pelos então diretores, Renato Requixa e Gláucia Amaral, para construir o espaço, Lina Bo Bardi instala-se no campo (de obra), no canteiro (de pesquisa), para explorar o local e desenvolver seu projeto.
Conta à história que o espaço já era amplamente utilizado pela população da região, Lina usa sua sensibilidade para criar o que é de uma genialidade sutil, desenvolve o projeto e o programa juntamente com aquela população, experimentando o espaço, bem como a própria arquitetura.
Dessa história fantástica não poderia sair menos que uma obra incrível, sendo cada detalhe estranhamente pensado seja vinda de um erro de execução ou na observação do usuário.
Vemos um contraste, que não causa estranheza ao olhar, mas que completa a obra. De um lado a restauração dos galpões da antiga indústria, onde a preservação do espaço é a premissa de ocupação. É clara sua intervenção para garantir uma melhor iluminação e ventilação, o concreto, que delimita e não o uso do espaço, não interfere na arquitetura pré-existente. Da mesma forma entre os galpões e a torre de quadras e serviços.
Sua obra e tão incrivelmente desenvolvida que mesmos as intervenções posteriores, nascidas das exigências legais e dos tempos modernos é feita com gentileza ao projeto, como o piso especial para melhorar a acessibilidade, ou o reforço na estrutura dos galpões.
Assim essa unidade do SESC se torna o sucesso que é hoje atraindo olhares do mundo todo.
É assim a maneira mais justa de analisar essa obra tão fantástica, admirar, olhar e se deslumbrar a cada detalhe; com um olhar maior que o estético ou estrutural julgamento arquitetônico, mas um maior; pois nela a vivência do local (exposições, teatros e apresentações) se funde com o espaço em si, não dando ao olhar o direito de dissociá-la.















FAU - USP


A escola de Arquitetura e Urbanismo da USP talvez seja a tentativa de questionar o ensino de arquitetura. Um projeto que vai além do que se vê.
Dizem que o prédio não atende o principio de abrigar uma escola de arquitetura, que não é funciona. Tem-se ciência da necessidade de novas infra-estruturas já que o ensino de arquitetura vem caminhando pela interatividade, o que torna necessárias salas herméticas.
Mas será esse o caminho que a arquitetura devia trilhar?
Identifica-se como conceito principal do projeto a vivência. A arquitetura não deve ser construída assim, através da discussão e vivencia? Percebo que há a tentativa levar além de puro conceito e desenvolvimento de projeto, mas proporciona ao estudante a participação efetiva no prédio como um organismo, sendo assim o próprio canteiro de experimentação de vivência de espaço, entre os estudantes da mesma turma, mas também entre turmas diferentes, entre toda a unidade.
A questão então será essa a real leitura que devemos escrever. Se aquele espaço foi pensando para tal função (pois em tese é esse o trabalho do arquiteto) e um arquiteto como Vilanova Artigas não pode ter errado tanto, pode, ou foi outro tempo, ou ele não foi efetivamente ocupado e consolidado, ou foi sucessivos erros de execução e manutenção?
Muitas questões surgem quanto à proposta, muitas respostas diferentes também, e a questão não é quem está certo, mas que o patrimônio não está sendo preservado.
O erro de execução do prédio o transformou em um problema de segurança para os alunos, professores, técnicos e até mesmo para o acervo. Devemos parar por um instante de questionar a problemática arquitetônica do espaço e voltarmos nossa atenção para um patrimônio, sua preservação e finalmente quando estiver estabilizada tal questão discutirmos o quão atende ou não as reais necessidades do ensino de arquitetura, e se até lá ele já estiver tão mudado que nem comporte a idéia de edificação.










Residencia do Arquiteto - Vilanova Artigas







Uma “casinha” encantadora que demonstra que desde o menor detalhe o domínio do arquiteto sobre a escala.
Construída em 1942, cinco anos após ter se formado como arquiteto-engenheiro, já havia executado cerca de 40 casas em sua construtora (Marone e Artiga), no entanto é nessa obra que identificamos uma liberdade projetual, já que estava construída pra si.
O aconchego é imediato ao permear pelo espaço desde a implantação feita em 45° com o terreno proporcionando uma perspectiva diferente para as fachadas. Ao entrarmos na casa percebemos uma dinâmica diferente do espaço e visualizamos a dimensão verdadeira da área, uma dimensão perfeita, na escala ideal, mínima e confortável para a ocupação.
É também um marco para arquitetura, pois nela já se percebe vislumbres da futura arquitetura moderna que ocuparia o mundo e São Paulo.
Desaparece a separação entre áreas nobres e não nobres e suas divisórias. Essa mudança na morfologia da casa determina uma planta sem divisões internas onde as paredes são apenas vinculadas a estrutura.
O eixo estrutural no centro da casa separa e confunde os usos da residência, assim como os níveis e o mobiliário. Nele encontramos toda a infra-estrutura necessária a residência, do encanamento a lógica, e também a lareira que também funciona para aquecer o banho.
É simplesmente fantástica a desenvoltura do projeto em torno do ocupante. É tudo de uma beleza delicada, graças à sutileza do material e a intenção do projeto.










Casa modernista - Warchavchick




A primeira casa que se entregar ao repertório modernista no Brasil construída entre 1927-28 é um marco na história do país.
Hoje parque modernista, conta a saga da introdução do ideal moderno no país.
Um terreno amplo, verde, uma verdadeira área de descanso para os olhos e para a mente.
A casa, não menos que diferente, mistura a realidade neocolonial que o país vivia na época e a tentativa de implantação do ideal moderno.
No entanto o próprio arquiteto se vê obrigado a reformar em 1935 na tentativa de adequá-la a família que vinha crescendo, bem como proporcionar mais segurança aos mesmos. A tentativa provoca mudanças que saltam aos olhos chegando à incompreensão.
De uma fachada que antes era plana passa a apresentar um volume perturbador assim como as grades que passam a chamar mais atenção que a própria esquadria, que foi brilhantemente pensada e desenhada na época.
Entramos então na discussão da pós-ocupação, que não sei até onde caberia visto que (e o que é mais intrigante) a reforma é do próprio autor, do próprio ocupante, então ela foi realmente pensada seja estética e funcionalmente.
Podemos sim ressaltar a genialidade do arquiteto, quando ao permear por uma área totalmente nova se vê motivado a projetar cada mínimo detalhe para proporcionar a nova dinâmica da casa.














Centro cultural São Paulo







O choque. Em um local inusitado, no meio da do intenso trânsito de São Paulo, um local para celebrar a cultura, um programa fantástico, inovador, e uma arquitetura...
Bom, ainda não consegui decifrar a sensação de estar naquele lugar, para descrever aquele espaço, a estrutura definitivamente rouba a atenção, pois é de uma dimensão maluca.
É um espaço difícil de digerir, ainda estou tentando entender, pode ser aquela sensação de primeira impressão. Ou só cansaço de um dia cheio de novidades.








Sala São Paulo - Estação Julio Prestes






Casa da orquestra sinfônica do estado. Um projeto de restauração fantástico da estação Julio Prestes.
O contraste é o que marca a visão do edifício, A sala de concerto é envolvente, talvez a tecnologia que trabalha a favor do espetáculo, sendo o teto móvel em placas de madeira que juntamente com a arquitetura do interior proporciona uma acústica apropriada para o local. A mistura de passado e presente é graciosa, sutilmente perceptiva no material, o concreto original de colunas grossas e ornadas a simplicidade, graça e a leveza da madeira dos balcões e do mobiliário. Essa relação entre passado e presente é feita em todo o conjunto do edifício, a tecnologia construtiva das diferentes épocas, das passarelas de metal as janelas de vidraça e esquadria cheias de adornos.





Parque da Juventude






Incrível como alguns lugares não perdem a memória (carandiru), como fica impregnada, no lugar, a sensação do que ele já foi, mas é essa a boa arquitetura, aquela que não deixa a história do lugar morrer com suas alterações, mas que dá nova vida ao lugar. Modificar o uso é sem duvida a tarefa mais difícil para a arquitetura.
Andar sobre a antiga muralha, sob uma garoa fria, vendo o que seria o principio da construção do novo pavilhão da à sensação de viver a dor e o sofrimento daqueles que passaram por ali.
No entanto quando permeamos no verde do parque há um vislumbre na vida que ali se pode gerar.






Teatro Oficina




Assistir uma peça de seis horas é realmente um desafio, principalmente depois de um dia inteiro de visitas.
O teatro retoma a intimidade física do teatro de arena, onde a realmente a interação com o público é também a peça.
Nele Lina rompe com todo seu rigor e consegue promover na rua cênica a integração geral do teatro de arena. Ele não nega a cidade, mas a integra quase que como cenografia. A platéia lateral é também palco e o público se delicia com um espetáculo que acontece em varias dimensões.
Sua arquitetura, um galpão, faz de janelas altas com que a atmosfera externa seja o cenário, a lua e a vegetação que invade pelas aberturas são parte do espetáculo, tudo é muito natural, tornando bem fácil o envolvimento com a peça, e então seis horas se passaram e nos divertimos bastante em admirar o espetáculo teatral e arquitetônico se fundindo.






Edifício Copan






Novamente uma questão de escala, cerca de cinco mil pessoas “empilhadas” nos em um único edifício de apartamento no centro da maior cidade do país.
Lá de cima, do terraço comprova-se a dimensão do prédio, de lá se vê um mar de cinza infinito ao horizonte, sendo que ruas e prédio que competem pela apreciação do olhar.
É também lá de cima que esse edifício fica maior, mais imponente e é de lá que podemos contemplar toda a genialidade de sua forma e escala, e finalmente concluir que tudo aquilo não poderia ser gratuito.
A curva é mais acentuada do alto, e então mais claro que a posição do sol e dos ventos foram as premissas do projeto, tornando mágica sua inserção no centro do caos metropolitano.







Sede IAB - SP

Pouco mais adiante na nossa caminhada nos deparamos com a graça e simplicidade do prédio sede do Instituto de Arquitetos do Brasil de São Paulo.
E é ai, que temos a absoluta certeza, que em casa de ferreiro espeto é de pau. Um prédio largado, que não consegue se manter, mesmo com grandes escritórios de arquitetura instalados ali.
Uma pena, pois o projeto é um charme.





MASP






Não serei apenas eu que tentarei descrever a sensação de estar sobre o vão do MASP, no meio da Av. Paulista, a palavra não pode ser menos que incrível.
Sem duvida o belo cenário, da vista, o vão em si, a estrutura, a leveza das esquadrias e a beleza do subsolo, pensado em cada detalhe, de uma grandiosidade, que à escala humana não alcança. No entanto é vivo, há um uso inesperado, o vão é público, e é a escala humana que o domina. É magistral como Lina tem a sensibilidade de trazer a sua obra essa vida.
A palavra mais lógica talvez fosse emocionante.







MuBE






É fantástica a forma como Paulo Mendes eleva do chão a cobertura e transforma uma praça coberta e não no próprio museu da escultura. O problema é que não se pode mais viver essa sensação, ela não pode mais ser permeável como proposto.
Resta ao público o direito apenas ver, sendo ali um lugar que não é mais vivo.







Parque Ibirapuera

Vida, é o que acontece em todo o parque, há sempre uma quantidade de eventos que movimenta o parque.

E mesmo que não haja eventos a população já tratou de ocupá-lo, adotá-lo, um lugar para o lazer, usando da arquitetura para o cotidiano.




Edifício Harmonia - Typique

Humor é o que se espera ao se depara com um lugar que é feito para reviver a natureza. Em meio à selva de concreto da cidade cinza um edifício como esse é sem duvida bem humorado, pois ele é verde, sem se enrijecer no discurso da sustentabilidade, uma galeria onde suas vitrines seguras por grades de bambu, telhado verde tudo numa composição de volumes deliciosa.




Pinacoteca do Estado

O edifício neoclássico do fim do século XIX, de Ramos de Azevedo, abrigava o Liceu de artes e ofícios e em 1993 é sofrerá de intervenções para que possa abrigar o museu artístico de São Paulo – Pinacoteca. É Paulo Mendes da Rocha que é convidado a executar o projeto.
Sua intervenção é feita com maestria, deixando aparente a estrutura auto-portante do edifício, bem como as qualidades arquitetônicas do período natural do edifício.
Descasca as paredes do pátio interno para evidenciar sua técnica construtiva, tornando também um local de estudo do próprio período.
Inserindo elementos metálicos como rampas, elevadores e passarelas que identificamos facilmente como alterações posteriores.
O conjunto é magnífico e transmite a sensação perfeita para entrar no mundo das artes. É uma leveza e densidade ao mesmo tempo. Explorá-lo é mais que do que apenas apreciar seu acervo, é realmente sentir a arquitetura que naquele lugar transpira a função qual foi designada, de exaltar a cultura.